Talvez como boa parte dos seres-humanos, eu não sou uma pessoa que ama mudanças, apesar de saber que às vezes elas vêem pra melhor. É normal. O ser-humano gosta de estar na sua "zona de conforto". Quando eu decidi virar missionária, eu sabia que mudança seria uma palavra ativa no meu vocabulário. Algumas mudanças aconteceram, estão acontecendo e irão acontecer. E quando mudanças envolvem despedidas, acredito serem as mais difíceis de serem enfrentadas.
No começo de Abril, dia 9 pra ser mais específica, um dos cachorrinhos, o Fatty, morreu. Acho que há tanto tempo eu não chorava tanto. Eu sei, é só um cachorrinho. Mas desde pequena eu tenho esse apego com os animais. Então, sim, eu sofri bastante. Tanto, que fiquei doente (dor de cabeça e vômito...rs) no dia seguinte e não pude dar aula. Eu sei, eu me apego mesmo.
A morte é a despedida mais difícil de todas, acredito eu. Primeiro porque não fomos criados para lidar com a morte. Deus nos criou para sermos eternos, felizes e eternos. Mas, como consequência do pecado, a morte veio como uma forma dolorosa de alívio, às vezes; outras vezes intensa como um furacão. Destrói e arrasa tudo o que estava vivo, deixando seus rastros de destruição pelo caminho.
Tirando a despedida do Fatty, um dos meus aluninhos, o William está indo morar em outro país, Fiji. Ele só vai ficar mais 2 semanas comigo e depois vai embora. Então, para ter certeza que ele não esqueceria de mim, dei uma bíblia infantil pra ele (com dedicatória e tudo mais), que ele gostou muito e acrescentou no outro dia: "Teacher, eu gostei muito da bíblia e eu estou lendo porque vc disse que se eu quisesse ser inteligente eu deveria ler a bíblia!" - Hehe.
Eu fiquei pensando: Talvez nunca mais na minha vida eu veja o William de novo. Assim como não verei mais o Fatty, assim como provavelmente não verei mais os missionários que hoje estão aqui comigo, mas que voltarão para os seus lares. Talvez só os verei de novo no céu mesmo.
Falta menos de 1 mês e meio para irmos embora. Mais uma despedida se aproxima. Mais alguns "adeus".
Nessa vida, cheguei a conclusão literal que tudo é passageiro. Temos a vaga impressão de que não. Se estamos em casa com nossa família, com nosso emprego, dinheiro e amigos, tá tudo bem. Não está. Tudo vai passar. Tudo é passageiro, estamos aqui apenas temporariamente.
Como muitas coisas mudariam se tivéssemos esse pensamento constante em nossa mente. Os valores se inverteriam finalmente, e quem sabe seríamos felizes de verdade apesar das provações, confiando que somente Deus pode nos salvar. E quanto mais almejaríamos o dia da volta dEle. E quanto mais trabalharíamos sem esse egoísmo que nos cerca, para que isso acontecesse o mais rápido possível. Nada nesse mundo importa. NADA. Como seres-falhos-humanos colocamos significância em coisas passageiras demais. Nossa vida continua envolvida nas mesmas perturbações, nos mesmos ciclos viciosos, na mesma "vida"...
O Fatty morreu. O William tá indo embora. Em um mês e meio não verei mais os bons amigos que aqui fiz. A única coisa que ainda vale a pena é saber que um dia ELE "...Lhes enxugará dos olhos toda a lágrima. Não haverá mais morte, nem tristeza, nem choro, nem dor, [nem despedidas]. Pois as coisas velhas já passaram..." Apoc. 21:4.
Bem, aqui ficam algumas fotos do meu pequeno Fatty, do meu William e dos bons amigos que fiz esse ano:
;)
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